quinta-feira, 11 de novembro de 2010

O EL DORADO É AQUI

Sem dúvida alguma Manaus desperta a imaginação das pessoas desde há huito tempo. Começou com a expedição de Orellana que morreu perdido nos rios da Amazônia sonhando reencontar as índias guerreiras que teria visto nas margens de um rio. Delírio justificado diante da fome, e desespero de estar percorrendo um território desconhecido completamente pelos europeus. Talvez por isso o imaginário dos artistas está povoado de mulheres índias, ao estilo grego das Amazonas guerreiras da Antiguidade clássica.


Também permanece no imaginário dos turista a idéia do "paraíso" selvagem, as belezas da Natureza, a "vitória-régia", a casa de ópera na selva, onde o tenor espanhol José Carreras recebeu 800 mil dólares para cantar no concerto do centenário do Teatro em 1996, pago por um governo que chorava miséria para não dar aumento para os professores em greve.



Em dezembro de 2006 o jornal "O ESTADO DO AMAZONAS", noticiava a concentração de riqueza em Manaus, que explica essas demonstrações exóticas de cultura européia: óperas, filarmônicas, festivais de cinemas. O IBGE apontava Manaus como a terceira capital em renda per capita do Brasil, ficando atrás apenas de Vitória (ES) e Brasilia (DF)


Por outro lado, ocupou o 1.194° colocação em Índice de desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M)."Segundo o estudo do IBGE, de acordo o Produto Interno Bruto (PIB) de Manaus, cada manauense deveria receber mensalmente um salário de 18.635 reais". "Ora, o PIB per capita do Brasil é (em 2006) de 9.729. Em Manaus, 20% da população, os mais ricos, ficam com 68% da riqueza produzida.

Em fevereiro de 2008 a SUFRAMA anunciava o faturamento de 25,6 bilhões de reais alcançados pelas 500 empresas do Polo Industrial de Manaus em 2007, recorde na história da Zona Franca. Não é átoa que Manaus está sendo invadida até por grupos que se dizem "índios", e já existe aldeias de algumas tribos instaladas na cidade.

Uma cidade que cresce ao rítmo de umas vinte invasões por ano, pode se dar ao luxo de acabar com 70 "bairros" por decreto.Pois uma invasão se transforma em bairro em menos de um ano. Enquanto no Rio de Janeiros as favelas são quase centenárias, em manaus elas "não existem", passam da categoria de invasão para bairro.




É verdade, o El Dorado, que os espanhóis, como o Francisco Orellana procurava, era realmente aqui, pelo menos para as multinacionais, porque para os migrantes que enchem as invasões, a riqueza de manaus é ouro de tolo.

Quatro invasões chegaram a acontecer simultaneamente em Manaus. Consolidadas aparecem "bairros" com nomes bem estranhos como "Jesus me Deus". Só se for o Jesus que andava com a Madonna.













































sábado, 6 de novembro de 2010

ORIGENS, FANTASIA E REALIDADE

As origens da Cidade de Manaus está ligada ao processo de ocupação européia baseada no Direito Divino sacramentado no "Testamento de Adão", mais conhecido como Tratado de Tordesilhas, feito entre portugueses e espanhóis, e sua Santidade o Papa da época, que por mero acaso era também espanhol.
A imagem que marca a origem da cidade não o fato de ter sido um posto ou lugar onde paravam para descansar depois de caçar índios para a escravidão. Daí a história do "porto de lenha", depósito de gente. A imagem que ficou foi a de Paris nas Selvas, do período da Borracha.
É um destino atávico que a cidade tenha passado por um período de riqueza, ou "fausto", e que isso esteja se repetindo com a Zona Franca. Uma cidade "rica" onde a maioria da população recorre as centenas de escolas públicas e as filas do SUS, morando nos quase 400 bairros e comunidades, criados pelo processo das invasões, onde um Governador chamado também "Eduardo" criou um projeto para aterrar os igarapés, como no passado se fez por estética, porque a população pobre transformara em depósito de lixo. Enquanto isso uma minoria vive em suas ilhas de riqueza num padrão europeu, seus filhos estudando nas melhores escolas, que não são "públicas", ou no exterior.
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Ter um nome indígena, teria sido uma tribo que ofereceu resistência a escravidão e ocupação portuguesa, a tribo dos Manaus, e o legendário Ajuricaba, significa apenas dar uma feição regional, amazônica, porque a filosofia da ocupação européia sempre foi aquele lema de que "índio bom é índio morto".
Se dependesse da burguesia regionar reescrever a história da cidade, ela seria mais ou menos assim, portugueses ancorando suas naus no Teatro Amazonas.


A população indigena, que foi dizimada e escravizada, observam pacificamente a chegada dos novos donos da terra, dados por Deus através de seu Secretário na Terra, o Papa.


A fortaleza de São José do Rio Negro, não foi construída com material de primeira, pois não resistiu ao tempo como outras construções feitas pelos portuguesas na época da colonização.



Caindo na real, vivemos numa cidade transformada em Metrópole com sérios problemas de educação e canibalismo social, onde uma população carente se reproduz e reproduz suas condições miseráveis de existência, onde seus filhos se sujeitam a roubar, assaltar, prostitui-se, para viver numa cidade rica, que festeja a Copa do Mundo de 2014, que vai trazer emprego e mais riqueza "para Manaus".