sábado, 16 de junho de 2012

MANAUS E MEIO AMBIENTE NA "ZONA FRANCA"


  
SOBRE PRESERVAÇÃO AMBIENTAL EM MANAUS

Certa noite, numa aula de Filosofia, ou de História do Amazonas - tenhos 15 turmas, mais de 500 alunos, entre duas escolas, não dá para lembrar de tudo -  sobre o fazer, a ação do homem, da sociedade, na solução de problemas e a busca por mudanças, quando um aluno questionou:
- "Professor, porque não é possível resolver o problema da falta de água na Zona Leste?"
As duas escolas em que trabalho ficam na Zona Leste. Deu vontade de rir da ingenuidade do aluno, e ao mesmo tempo lamentar pela alienação de toda uma população, que não percebe o que é tão visível: Não é verdade que falta água numa cidade banhada por duas dezenas de igarapés, alguns chegando a extensão de quarenta quilômetros. Muito menos na Zona Leste. Água tem! Mas está podre - poluída com lixo, fezes, urina, água sanitária, detergente, substâncias quimicas, criminosamente vindas de industrias do D.I.
A questão é: Qual é a água que está faltando na Zona Leste? É a mesma água poluída, cheia de fezes, que passa por um processo de limpeza caro, feito por uma empresa, para chegar através de canos até a nossa casa. É essa água que falta nas torneiras.
Há mais de vinte anos que observo o fracasso das campanhas anuais - semana do Meio Ambiente - principalmente nas escolas do municipio, SEMED: cartazes, danças, poesias, leituras, dramatizações. Não percebo mudanças nas gerações novas - os filhos dos meus alunos estão chegando nas escolas. Os igarapés viraram lixeiras mesmo. E virou uma cultura absurda.
A maioria esqueceu que água é alimento e não vivemos sem ele. Que os igarapés são fonte de vida e alimento - peixes vivem e se reproduz na água. De onde vem o peixe que comemos? De lagos e rios cada vez mais distante de Manaus.
NÃO FALTA ÁGUA EM MANAUS, MAS FALTA CONSCIÊNCIA.