domingo, 24 de outubro de 2010

Manaus, os 341 anos do Porto de Lenha


Em 21 de maio de1995 a Camâra Municipal de Manaus aprovou um projeto de lei do Prefeito Eduardo Braga, para "reordenar a cidade", que reduzia os 126 "bairros" existentes para apenas 56, que absorveram os aglomerados em volta. Hoje, quando Manaus está completando 341 anos, há mais que o dobro de 1995, caminhando para 400 bairros e "comunidades", ao sabor das invasões e dos emigrantes de outros Estados, e de pessoas vindo do interior em busca de emprego e escolas. Manaus, é "uma cidade medieval" que cresce desordenadamente e virou uma Metrópole no meio da selva Amazônica.
Invasão, ou melhor, atual Bairro Gilberto Mestrinho
Acho que em nenhum lugar do mundo acontece isso, as pessoas invadem uma propriedade que está "abandonada", ou com o IPTU atrasado, brigam com a polícia e no final acabam se instalando porque não tem para onde ir. Seis meses, ou no máximo um depois, ano vira primeiro "comunidade" e depois "bairro". Em Manaus não tem favela. Só "comunidades" e "bairros" inteiros que não pagam IPTU. Como no tempo em que era realmente um porto de lenha dos portugueses e depósito de índios para a escravidão, caminha para dois milhões de habitantes, uns vivendo como podem, outros com padrão de vida europeu - isso, uma minoria.
Os igarapés foram transformados em lixeiras, canalizados em Rip-Rap na adminstração do então prefeito Amazônino Mendes, a partir de 1983, com o GTOE, habitados até o limite do possível por milhares de pessoas pobres, que jogam de tudo na agua: fezes, lixo, estofados, colchões velhos, brinquedos quebrados, fetos de abortos e de vez em quando, cadaveres - vítimas dos "acertos" do tráfico de drogas - das execuções.
Mas isso é um problema que se resolve com certeza. Com muito dinheiro emprestado dos Bancos internacionais, para tirar esse povo de onde nunca deveriam ter estado.
Desmatada, sem seus igarapés e sua cobertura vegetal, Manaus vira um forno no verão e enfrenta granizos e temporais, e quem sabe, tornados e terremotos no futuro. Essas atitudes de suicídio coletivo que se espalha pelo planeta inteiro, infelizmente chegou aqui. Tomara que não aconteça o pior...
Feliz aniversário Manaus!